DAMAS CLASSICAS em Lagos

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sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Versátil a história sobre o Jogo das Damas

A história do jogo de damas leva-nos a uma viagem de 4.000 anos !!
O tabuleiro primitivo, com captura já existe há 40 séculos !!
O povo na África movia pedras ou conchas em linhas desenhadas na areia.
Assim como fazemos hoje, eles capturavam as peças pulando sobre a peça adversária. Esse jogo ainda não era o Jogo de Damas. As peças moviam-se para qualquer lado e não havia promoção à Dama.
O Jogo de Damas nasceu entre 2000 e 1500 AC, quando os africanos criaram a promoção (Dama). A partir desse momento, os movimentos e as tomadas para trás só eram permitidas com as peças que tinham alcançado o outro lado do tabuleiro.
Os Faraós do Egito jogaram este jogo por volta de 3.500 anos atrás.
A dama não tinha muita força, andava apenas de casa em casa para qualquer direção. Era uma Dama Curta, como a atual dama no American Checkers ou Dama Inglesa. A captura não era obrigatória. O jogador poderia optar por não fazer a tomada. Assim como em nossos dias, a civilização produzia bens que outras pessoas precisavam. Desta forma, mercadores viajavam para outras partes do mundo com seus tabuleiros de jogos. De acordo com o filósofo Platão, a Grécia emprestou os jogos de tabuleiros do Egito. Junto com estes jogos, estava o Jogo de Damas.
Não se sabe em que época o Jogo de Damas chegou à Atenas, mas os gregos o jogaram no século V AC, sob o nome de: “Jogo das cinco linhas”.
O Jogo de Damas foi tão comum e popular, que passou a fazer parte de provérbios. Caso alguém tivesse que abandonar uma posição favorável, os gregos diziam: “ele deve abandonar a linha sagrada”.
Esta linha sagrada era a linha central, horizontal do tabuleiro de Damas. (Hoje, grande diagonal.)
A antiga Roma jogava Damas?
Sim !
O nome romano para o jogo era “Doze peças”. O primeiro jogador de damas, cujo nome é Publius Mucius Scaevola, viveu no século II AC.
Ele se dizia capaz de jogar às cegas !! Como um dos pais do Código Civil Romano, que influenciou a moderna legislação ocidental, e como membro do Colegium Pontificium, o sagrado colégio com autoridade política e religiosa, ele foi um dos mais respeitáveis cidadãos de Roma.
Não há alusões à Linha Sagrada na literatura clássica Romana, nem em literaturas posteriores.
Terão os romanos jogado uma variedade diferente do Jogo de Damas, ou foi um jogo de menor importância diferentemente da Grécia?
A incorporação das leis romanas é apenas um exemplo da influência romana na Europa. Três países em particular assimilaram a cultura romana: França, Itália e Espanha, países de língua latina.
Um dos tesouros recebidos foi o Jogo de Damas !! No século VI DC ou um pouco antes, o nome Latino para o Jogo mudou para Jogo com Peças e havia um segundo jogo de tabuleiro com o mesmo nome: trilha, o que prova que o Jogo de Damas e a Trilha eram jogados juntos frequentemente. Este nome latino “jogo com peças” foi emprestado das tribos árabes. Antes do século VIII DC, um jogador de damas árabe pensou em uma nova regra de promoção: a Dama ganharia uma grande liberdade de movimento. A dama longa havia nascido.
No século VIII DC os Mouros, povo árabe, conquistaram a Espanha. O Jogo de Damas deles, mais vivo e rápido que o Jogo Romano com a Dama curta – conforme provado pela simulação feita em computador – conquistou o território também.
O primeiro livro de damas foi publicado na Espanha, em 1547, por Anton Torquemada. Na França, entre os anos 1000 e 1500, talvez antes, o jogo de damas era muito popular. Havia dúzias de expressões baseadas no jogo.
Esta popularidade foi responsável pela inovação, feita no século XIV: jogadores de damas franceses começaram a jogar damas em tabuleiros de xadrez !! E aí o jogo de damas no tabuleiro de xadrez recebeu seu próprio nome: no francês “jeu de dames”, com o significado de “jogo de dams (diques)”. A idéia de “dique” é muito importante para compreender o nome do jogo de damas. Quando uma peça é coroada na grande diagonal, ela forma uma “barreira”, impedindo a passagem das peças comuns adversárias. Jogadores de damas de outros países no continente adotaram este costume com este nome, porém os jogadores ingleses preferiram o nome de Checkers, literalmente “jogo no tabuleiro quadriculado” (em inglês – chequered). No século XV, surgiu uma nova inovação, provavelmente vinda da França, mudando a característica do Jogo de Damas: a captura tornou-se obrigatória. Os jogadores de damas espanhóis adotaram esta regra, mas eles estenderam para a captura múltipla.
O jogo espanhol é árabe com a variedade da dama longa. Esta dama longa incitou os jogadores de xadrez espanhóis a substituir sua rainha medieval “curta” para uma rainha “longa”, como é o movimento da rainha hoje em dia. O nome da nova rainha vem de sua origem: dama, tirada da palavra espanhola damas. A partir desse momento surgiu a lógica fundamental do jogo de damas – CAPTURA OBRIGATÓRIA - que o tornaria um dos mais difíceis dos jogos de tabuleiro, fazendo com que poucos, realmente, o compreendam. Mais duas inovações tiveram espaço mais ao norte: na Holanda. A primeira inovação foi a tomada para trás de uma peça não promovida e a segunda inovação foi a introdução do tabuleiro de 100 casas.
O jogo renovado recebeu o nome peculiar de: Damas Polonesas. Em holandês a palavra “Polish” significa estranho, esquisito.
Um século mais tarde, entre 1670 e 1690, a variedade chegou na França.
Este nome estranho inspirou o jogador parisiense Manoury, autor de dois livros de damas (1770 e 1787) a uma romântica lenda acerca do nascimento da Damas Polonesas. Este tipo de lenda sempre nacionaliza a invenção. Desta forma Manoury contava aos seus leitores que a Damas polonesas havia sido inventada em Paris por volta de 1725 e com um oficial francês envolvido. O segundo personagem importante, da Polônia, contribuiu tanto, que o oficial, magnanimamente, propôs que o novo jogo tivesse o nome de Damas Polonesas.
O Jogo de Damas, na França medieval foi extraordinariamente popular e foi também durante os séculos XVI e XVII. Era o jogo de tabuleiro preferido na França. Nos cafés franceses do século XVIII, Xadrez, Gamão e Damas tinham a mesma popularidade. É notável, no entanto, que não menos que Philidor, admirado pelo seu dom como compositor de músicas, jogador às cegas de Xadrez e autor de um lindo livro de Xadrez, reclamava da influência do Jogo de Damas no Xadrez. Assim como seus compatriotas artísticos e intelectuais, Philidor jogava Damas também e até mesmo criou problemas em Damas. Como uma criança do seu tempo, Philidor não era capaz de resistir ao espírito de sua época, o ano de 1740. Ele quebrou a estratégia comum de atacar com as peças principais descuidando dos peões. Ao contrário, enfatizava a estratégia dando valor ao peão, influência que ele trouxe do jogo de damas.
No século XV, o xadrez emprestou a Dama que corre do Jogo de Damas. No século XVIII, o xadrez desenvolveu uma nova estratégia, inspirada no Jogo de Damas. Uma das características mais particulares do Xadrez é a promoção. Os peões no xadrez passaram a serem promovidos a partir da idéia da promoção que já era praticada no jogo de damas já há alguns séculos. Na Grécia antiga, poetas dedicavam linhas ao Jogo de Damas. Na Roma antiga o Jogo de Damas era jogado pelos mais respeitáveis cidadãos. Há apenas dois séculos atrás era o passatempo de nobres cavalheiros.
Nos cafés de Paris o jogo de damas era muito popular e entre os frequentadores destacava-se a figura do imperador Napoleão Bonaporte, que era um grande apreciador do tabuleiro de 100 casas. Napoleão observa a formação estratégica das peças no tabuleiro de 100 casas e depois adaptava essas estratégias para utilizar nos campos de batalha, já que o jogo de damas equivale a uma luta de infantaria, onde o choque entre “soldados” é uma constante durante toda a partida.
Os positivistas, Diderot, Voltaire e outros, eram grandes adeptos do jogo de damas.
As primeiras aulas de jogo de damas em escolas aconteceram na Holanda, por volta de 1789. Os livros contam que o Jogo de Damas é um jogo novo e deve sua promoção ao Xadrez e que sempre foi jogado à sombra dele.
Estudos contemporâneos apontam para uma visão completamente diferente. Em nossa sociedade, de toda forma, é psicologicamente difícil, se não impossível, aceitar esta verdadeira história.
Inúmeros livros de 100 casas foram publicados na França e na Holanda durante o século XIX.
A Federação Mundial de Jogo de Damas foi fundada em 1947, em Paris.
A partir de 1954, os damistas da extinta União Soviética passaram a disputar os campeonatos mundiais e iniciou um grande domínio da “Escola Soviética”. Durante o regime comunista houve um grande impulso no jogo de damas no leste europeu. Já no final do século XIX surgiram inúmeros grandes mestres na ex-União Soviética. Entre eles se destacaram Bodianski, Petrov, Kaulen, Sargin, os irmãos Vladimir e Alexander Chochin, etc... Petrov foi autor do primeiro livro publicado na ex-União Soviética, onde ele expôs como se montava a Forçada. Como os soviéticos desconheciam a publicação de Anton Torquemada, passaram a chamar a Forçada de “Triângulo de Petrov”.
Os ex-soviéticos publicaram centenas de livros, com tiragem de vários milhões de exemplares. Distribuindo conhecimento por todas as ex-repúblicas soviéticas através da publicação de milhões de livros, o nível técnico dos damistas do leste europeu elevou-se em um patamar até hoje não atingido por nenhum outro país no mundo. Um grande nome destaca-se na história do jogo de damas da ex-União Soviética: Vladimir Sokov, que faleceu em 1941, durante o cerco de Saint Peterburg, durante a Segunda Guerra Mundial. Atualmente, os países do leste europeu jogam 2 tipos de damas de 64 casas: versão brasileira e versão russa.
Há apenas 2 diferenças de regras entre essas 2 versões. Em damas russas não existe a maioria e a peça, quando já toca a oitava casa do tabuleiro já se transforma em dama, o que denominamos de “dama voadora”.

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